Embalada quase todas as noites pela voz de Lionel Richie, o que eu considero roer até a morte, já não sei muito no que pensar sobre as coisas à volta. Na verdade, queria saber onde errei, e onde foi parar aquela garota que todos olhavam estranho e achavam meio “freira”. E ela deve morar aqui ainda, em algum lugar da minha memória curta.
Imagine só: um exterior de aparência esnobe e por dentro uma porcaria de sentimentalismo e fragilidade que enojam. Já tentei culpar meu pai por todos os meus problemas de carência e afetividade, mas não rolou muito porque ele foi um bom pai até resolver não sê-lo mais.
Lembro que quando comecei a escrever, tinha um caderninho, que depois se tornou uma prateleira com dezenas deles... e hoje quando leio me sinto ridícula. Mulher é muito de escrever sentimento. Descrever o primeiro beijo que ainda não chegou, a primeira vez que alguém conquista o coração, as descobertas não feitas... aquela idealização maldita do que nunca vai acontecer. Tipo um príncipe encantando, um pedido de casamento cheio de magia, um reencontro numa noite chuvosa... todo aquele sonho norte-americano de cinema.
Lembro que quando tinha 13 anos, só escrevia quando estava muito triste. E foi bem naquela maldita época dos meus 13 anos que os Emos invadiram a cultura brasileira, e qualquer um que se isolasse era chamado assim. Malditos emos! Mas eu era meio triste. Parte por não saber porque as coisas estavam acontecendo de forma tão confusa, parte porque eu realmente não me sentia bem com algumas coisas. Eu precisava mesmo de isolamento e camisa de força (acho).

Um comentário:
Não fique triste. Lembre-se mesmo que nao pareça que as coisas vao melhorar elas sempre melhoram.()
Postar um comentário